sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Atividades - Entradas e Bandeiras - 8º ano





 Entradas e Bandeiras - 8ºano

Este espaço foi criado com intuito de fornecer questões complementares voltado aos conteúdos estudados em sala de aula. Cada aluno cadastrado no Blog deverá responder as questões objetivas e discursivas no espaço dos comentários dentro prazo determinado pelo professor. 

                                                                              Boa sorte!!!                                   

                                                                         


Período para responder a atividade:           /     /
Período de divulgação do gabarito:           /     /


Atividade Complementar- Parte I – Entradas e Bandeiras  (8ºANO)



1º) Qual destas definições expressa melhor o que foram as Bandeiras?

a) Expedições financiadas pela Coroa que se propunham exclusivamente a descobrir metais e pedras preciosas.

b) Movimento de fundo catequético, liderados pelos jesuítas para a formação de uma nação indígena cristã.

c) Expedições particulares que apresavam os índios e procuravam metais e pedras preciosas.

d) Empresas organizadas com o objetivo de conquistar as áreas litorâneas e ribeirinhas.

e) Incursões de portugueses para atrair tribos indígenas para serem catequizadas pelos jesuítas.

2º) As expedições desbravadoras, de penetração fluvial que, partindo de Porto Feliz, no Tietê, demandavam minas de ouro em Cuiabá, foram as:

a) Entradas;                   b) Bandeiras;                c) Monções;                 d) Navegações.

3º) Expedições fluviais paulista responsável pelo abastecimento de mantimentos, armas e escravos para os povoados e vilas do interior do Brasil:

a)    Missões                                                          c) Monções

b)    Entradas                                                         d) Bandeiras


4º)  Existiram três tipos de bandeirismo e um deles se dedicava a capturar índios para vendê-los como escravos:

a) prospector                                                         b) apresador 

c) sertanismo de contrato                                      d) entradas

5º) Personagem atuante no Brasil colônia, foi "fruto social de uma região marginalizada, de escassos recursos materiais e de vida econômica restrita (...)", "teve suas ações orientadas no sentido de tirar o máximo proveito das brechas que a economia colonial eventualmente oferecia para efetivação de lucros rápidos e passageiros em conjunturas favoráveis - como no caso da caça ao índio - ou no sentido de buscar alternativas econômicas fora dos quadros da agricultura voltada para o mercado externo (...)".
Carlos Henrique Davidof, 1982

O personagem e a região a que o texto se refere são respectivamente:

a) o jesuíta e a província da Cisplatina
.
b) o tropeiro e o Vale do Paraíba.

c) o caipira e o interior paulista.

d) o bandeirante e a capitania de São Paulo.

e) o caiçara e o litoral baiano.

Responda:

1º) A história das Monções em Cuiabá é, de certa forma, um prolongamento da história das bandeiras paulistas, em sua expansão para o Brasil Central. Desde 1622, numerosos grupos armados, procedentes de São Paulo, Parnaíba, Sorocaba e Itu, trilharam constantemente terras hoje mato-grossenses, preando índios ou assolando povoações de castelhanos". 

(Sérgio Buarque de Holanda. "Monções").
Baseando-se no texto, responda.

a) Quais os objetivos das bandeiras paulistas?

b) O que foram as monções e qual sua importância histórica?

2º)  As interpretações históricas sobre o papel dos Bandeirantes nos séculos XVII E XVIII apresentavam, de um lado, a visão desses paulistas como heróis e, de outro, como vilões. A partir dessa afirmação, discorra sobre

a) Os bandeirantes como heróis, ligando-os a questão das fronteiras.

b) Os bandeirantes como vilões, ligando-os a questão dos índios.

Resumo - Entradas e Bandeiras (8º ano)



Os Bandeirantes (Resumo)



- Os bandeirantes eram homens, principalmente paulistas, que entre os séculos XVI e XVII atuaram na captura de escravos fugitivos, aprisionamento de indígenas e outras tarefas relacionadas.  Atuaram também na procura de pedras e metais preciosos pelo interior do Brasil.

- Andavam sempre armados e usavam a violência na captura de índios e escravos fugitivos.

- Os bandeirantes foram responsáveis pelo desbravamento do território brasileiro. Expandiram o território brasileiro para além das fronteiras determinadas pelo Tratado de Tordesilhas.

- Tinham geralmente como ponto de partida as cidades de São Vicente (litoral paulista) e São Paulo. Caminhavam seguindo o curso dos rios como, por exemplo, o rio Tietê.

- As expedições de bandeirantes organizadas por particulares eram conhecidas como Bandeiras. As organizadas pelo governo eram conhecidas como Entradas.



- Principais bandeirantes:

- Fernão Dias Pais
- Manuel Borba Gato
- Bartolomeu Bueno da Veiga (Anhanguera)
- Domingo Jorge Velho
- Antônio Raposo Tavares
- Nicolau Barreto
- Manuel Preto
- Jerônimo Leitão
- Francisco Bueno  





Entradas

Diferente das Bandeiras, as Entradas foram expedições apoiadas pelo governo de Portugal com a finalidade de expandir o território brasileiro.

Devido a crise do açúcar no século XVII, as expedições para o interior do Brasil aumentaram com o objetivo de encontrarem riquezas que pudessem suprir os problemas econômicos enfrentados. Essas entradas eram comuns, mas não representaram grande parte das expedições pelo sertão brasileiro, realizados pelas bandeiras. Existiam também outro intuito para a realização destas viagens: os administradores da coroa buscavam por índios que seriam escravizados.

Foram as entradas os primeiros responsáveis pelo extermínio em massa das tribos indígenas no Brasil. Os jesuítas e as missões que tanto se opunham a estas ações violentas dos portugueses acabavam por facilitar sem querer a escravização, já que índios catequizados e aglomerados em missões eram muito mais fáceis de serem presos. Espertos, os lusitanos também aproveitavam-se da da rivalidade entre as tribos, colocando uma contra a outra.
Uma das primeiras entradas data de 1531, organizada por Martim Afonso de Sousa em direção ao Peru. Ele partiu do litoral da Capitania de São Vicente, mas não conseguiu finalizá-la já que o seu grupo foi exterminado pelos índios.

Em 1554 aconteceu a chamada “Entrada de Porto Seguro” realizada pelo castelhano Francisco Bruzo de Espinhosa que partiu da Capitania da Bahia. A sua expedição desceu o litoral, cruzou o sertão da Bahia até alcançar o estado de Minas Gerais, onde foi fundado Espinosa.

Seis anos depois, Brás Cubas partiu de Santos (SP), seguiu pelo rio Paraíba chegando até a Serra da Mantiqueira, passando pelo vale do rio são Francisco até a barra do rio Paranamirim, retornando até o inicio da sua expedição pelo mesmo caminho.

Outras entradas conhecidas foram a de Martim de Carvalho, Sebastião Fernandes Tourinho e de Antônio Dias. Porém, as atividades por busca de ouro tornaram-se mais frequentes durante a União Ibérica. O governador-geral D. Francisco de Sousa buscou no litoral da Capitania da Bahia e do da Capitania do Espírito Santo, visando o título de Marquês das Minas, título prometido pelo soberano espanhol para quem encontrasse ouro nas terras brasileiras.

Em 1598, depois da descoberta de ouro na Capitania de São Vicente, D. Francisco foi pessoalmente para as minas de Jaraguá, Monserrate, Biriçoiaba e Bituruna, próximo a São Paulo. O ouro encontrado nas minas não foi de números significativos, porém as buscas por mais próximos da região aumentaram. O governador faleceu sem ter êxito em suas buscas por ouro.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Vídeos complementares - Brasil Colonia


Brasil Colonial - A Conquista do sertão.



História do Brasil – Entradas e Bandeiras

O mameluco Jerônimo domina os segredos da mata. Como guia de uma expedição bandeirante, é ele quem aponta o caminho, decifra os rastros dos animais, encontra comida e água. Jerônimo terá que usar todo o seu conhecimento para salvar a vida do jovem Pedro, seu patrão e meio-irmão.








Raposo Tavares

Definidor das fronteiras

Nasceu em Beja de S. Miguel (Portugal), em 1598, e morreu em 1658, na cidade de São Paulo (SP). 

Bandeirante polêmico, combateu os holandeses no Nordeste e conquistou territórios espanhóis no Sul. Num feito épico, a sua Bandeira de Limites, em 1647, percorreu 10 mil km de São Paulo ao Pará e definiu as linhas de fronteira do Brasil.




Os Primeiros Tempos: A Educação pelos Jesuítas


A Univesp TV foi a Portugal investigar o caminho feito pelos jesuítas que vieram para as novas terras da coroa portuguesa logo no início da colonização. Com eles começou a educação no Brasil. Mas foi mesmo isso que eles vieram fazer aqui? Como eram os famosos colégios que os jesuítas fundaram por toda colônia? Os índios frequentavam esses colégios?














Atividade complementar - Segunda Revolução Industrial e Imperialismo


Segunda Revolução Industrial e Imperialismo (9ºano)


Atividade complementar  - Parte I



1º) A Segunda Revolução Industrial inaugurou a era das empresas gigantes e poderosas. Faça a relação dos principais tipos de monopólios e sua definição:

           1- Cartel
           2- Truste
           3-Holding

(     ) Empresa que possui o controle acionário ( a maioria das ações) de outras empresas, embora mantenham independência.

(     ) Fusão de diversas empresas no mesmo ramo.

(     ) Grupo de empresas, que estabelecem entre si um acordo com o objetivo de controlar os preços ou mercado de um determinado setor econômico.


2º) Entre as principais características da segunda revolução Industrial estão as novas fontes de energia que são:

a)  carvão e petróleo
b) energia atômica e eletricidade
c)  gasolina e carvão
d)  petróleo e eletricidade

   
3º) Etapa do capitalismo, no qual a industria, o comercio e a agricultura passaram a depender dos bancos:

       a)Capitalismo financeiro

       b)Capitalismo industrial

       c)Oligopólio

         d)    Cartel

4º) Relacione as fases da revolução industrial de acordo com suas respectivas invenções:

( 1 ) 1º Fase                          ( 2 ) 2º Fase                   ( 3 ) 3º Fase


(     ) televisão                                  (     ) telefone  
(     ) máquina de fiar                       (     ) automóvel  
(     ) computador                               (      ) máquina à vapor

5º) As principais regiões objeto do colonialismo do século XIX foram:

             a)      América Central e América do Sul
             b)      Europa e Oriente Médio
              c)      África e Ásia
             d)      Oceania e América do Norte

6º) No século XIX , as nações européias partiram  para a conquista de colônias porque:

        a) Queriam novos mercados consumidores para os seus produtos industrializados

        b)  Precisavam de matéria-prima industrial ( ferro, carvão, petróleo etc.) e mão de obra suficiente e   barata.

       c) Havia um aumento populacional na Europa, o que levou os governos a incentivarem a emigração.

        d)  Todas as alternativas são corretas.

7º) Evento que resolveu parte dos conflitos e reconheceu a posse dos territórios ocupados pelas nações imperialistas:

               a)       Guerra entre a Inglaterra e Alemanha

               b)       Congresso de Berlin

               c)       Conferência de Pequim

               d)       Organização das Nações Unidas

8º) As teorias de superioridade racial nasceram no século XIX porque:

          a)       Havia necessidade de justificar o colonialismo europeu.

           b)       As descobertas técnico-científicas comprovam que o europeu era superior aos demais  povos.

           c)       Era preciso manter a escravidão nas Américas

           d)       Todas as alternativas são corretas



Atividade complementar para estudo da Segunda Revolução Industrial e Imperialismo - Parte II



Responda:

9º) Cite as principais características da Segunda Revolução Industrial.

10º) Comente as principais diferenças entre o neocolonialismo e o colonialismo.

11º) Quais as principais conseqüências do imperialismo para os povos africanos?

12º) O que consiste o Imperialismo e quais foram os dois maiores países imperialista da europa?




ATIVIDADE COMPLEMENTAR SOBRE O FILME- TEMPOS MODERNOS


1º) Qual o contexto histórico que retrata o filme Tempos Modernos?

2º) Qual é a visão retratada pelo filme sobre o Capitalismo?



3º) Quais as ameaças impostas pela vida moderna as quais o personagem de Chaplin fica exposto?




4º) Como é retratada a classe trabalhadora no filme?


5º) Como é retratado as desigualdes sociais no Filme?

5º) O homem ainda é o dominador ou será que as máquinas já estão em processo de igualdade?

7º) A doença adquirida por Carlitos no Filme ocorreu por quais motivos?

8º) Qual são os dois personagens mais importantes do filme?

9º) Qual era o sonho que a maioria dos operarios tinham e ainda tem nos dias atuais, evidenciado no Filme?

10º) Faça um resumo crítico sobre o filme “Tempos Modernos” e o que ele representa para o contexto moderno atual.

Boa Sorte!


Resumo: Revolução Industrial - 9ºano


Revolução Industrial



Este resumo abordará as características e consequências da Segunda Revolução Industrial que ocorreu na Europa, parte da Ásia e nos E.U.A no século XIX.



·          A Revolução industrial transformou a relação do ser humano entre si e com a natureza;

·         Problemas sócio ambientais: aumento da poluição, desmatamento, urbanização desordenada, surgimento do proletariado.

 

 

·         1ª Fase da Revolução Industrial (1760 - 1830): limitou-se à Inglaterra, onde surgiu a máquina a vapor e o carvão tornou-se um importante combustível para alimentá-las. A indústria têxtil cresceu vertiginosamente.


·         A Inglaterra passou a exportar seus tecidos para todo o mundo através do mar e tornou-se uma potência, graças ao Capitalismo Industrial e das riquezas acumuladas.


·          2ª Fase da Revolução Industrial - a partir de 1870 a industrialização atinge outros países da Europa, como França, Bélgica, Itália, Alemanha, também chega a América, nos E.U.A e na Ásia, na Rússia e no Japão.


·          Novas formas de energia: eletricidade e petróleo.


·         Inventos importantes: motor a combustão, telégrafo e corantes sintéticos (indústria química).


·         A produção industrial girava em torno do aço.


·         Invenção da locomotiva e do barco a vapor.


·         As ferrovias tornaram-se comuns aos países industrializados, pois acelerava o transporte de mercadorias e de pessoas dos campos para as cidades e das cidades para as fábricas.


·         A industrialização de outros países acirrou a disputa pelos mercados consumidores.


·         Neocolonialismo: na busca por novos mercados as potências industriais partiram para a África e a Ásia, a partir de 1830, para conquistar mais consumidores e zonas de influência, onde poderiam explorar os recursos disponíveis.


·         A buscar por mercados gerou: Uma corrida armamentista entre os países ("paz armada") e a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918).

                    


                 As potências Ocidentais/Industriais disputam a China. Ilustração do século XIX.




Veja como ficou a África, após sua partilha entre as nações europeias:

 

 


·         Além de buscar por matérias-primas, tais como carvão, ferro e petróleo na Ásia e na África, os europeus procuravam novos mercados consumidores de seus produtos.Das colônias também compravam alimentos para abastecer a crescente população europeia. Investiam nas colônias e construíam ferrovias para escoar mercadorias.


·         Nessa fase da revolução industrial que surge o capitalismo monopolista  e o imperialismo. Algumas formas de monopólio são: Truste, Cartel, Holding. 


·         Plano político: o neocolonialismo garantia mais recursos para os estados europeus, que além de matérias-primas, terras, e pessoas, obtinham mais portos, maiores contingentes militares, etc. 


·         A colonização acontecia por via pacífica - através da aproximação da metrópole com a elite dominante do local a ser colonizado, subornos, promessas de riquezas e poder, ou por meio da força bruta, caso houvesse resistência.


·         Plano religioso e cultural: Diversos missionários espalharam-se pela África e pela Ásia para converter seus povos ao cristianismo.Eles também lutava contra a escravidão.

·         As colônias não tinham grande autonomia política. administrativa e econômica. Embora algumas delas tivesse governo ou parlamento eleitos pelos nativos, havia nelas um supervisor representando os interesses da Metrópole.


·         Em muitos casos os habitantes das áreas colonizadas perdiam suas terras, eram forçados a realizar trabalhos nas fábricas, ferrovias ou na extração de minerais e ainda pagar impostos para a Metrópole.


·         Os europeus julgavam-se racialmente superiores aos nativos. As teorias racistas, como o darwinismo social, serviam como justificava para  a exploração das nações "primitivas" pelas "civilizadas". 


·         As nações industriais europeias tornaram-se ainda mais hegemônicas no Mundo, principalmente a Inglaterra que liderava o Império Britânico. As disputas comerciais, a busca de novos mercados irão desencadear a 1ª Guerra Mundial, em 1914, assunto que será visto em breve.



Resumo para trabalhar em sala de aula

Tempos Modernos

Título do filme: TEMPOS MODERNOS (EUA 1936)
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental


RESUMO DO FILME

Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.

A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido por suas idéias "subversivas".

Em sua Segunda parte o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas questões.

Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser considerado "socialista". Aliás, nesse aspecto Chaplin foi boicotado também em seu próprio país na época do "macartismo".

Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos Modernos está entre os filmes mais conhecidos do ator e diretor Charles Chaplin, sendo considerado um marco na história do cinema.

TEMPOS MODERNOS foi produzido no ano de 1936 e se constitui em uma das mais expressivas críticas que o cinema promoveu, tendo como tema central a sociedade industrial capitalista. Nenhuma questão relevante passou despercebida à inteligência crítica de Charlie Chaplin, que em 87 minutos sintetizou a agonia secular de uma maioria oprimida e marginalizada - a classe trabalhadora. Não constitui obra do acaso, o fato deste ter sido o último filme em que Chaplin trabalha o personagem do  vagabundo Carlitos, já que é uma síntese perfeita da sua visão sobre o Capitalismo, que vinha apresentando ao público em conta-gotas.

O filme inicia mostrando ao fundo um grande relógio, o símbolo maior dos Tempos Modernos. Tempo é dinheiro e reside aí o espírito do capitalismo. Um passo à frente, temos um rebanho de gado-gente, correndo desesperado para o abatedouro-fábrica. Chaplin não esconde sua visão da bestialidade humana. Gente que se submete a viver amontoada, sem propósito, como gado domesticado. Mais do que o Capitalismo, critica profundamente a Sociedade Industrial, seu ritmo alucinante, a falta de qualidade de vida e seus propósitos irracionais. Evidencia que a velocidade da máquina não pode ser a velocidade do ser humano, sob pena de não termos mais seres humanos, apenas bestas humanas.

O relógio, as pessoas caminhando como gado, já seriam elementos suficientes para analisarmos com mais consciência o sistema de vida proporcionado pela visão industrial-capitalista. Mas, ele aprofunda ainda mais esta sua crítica ao abordar, com detalhes, a questão da Linha de Montagem e suas seqüelas desastrosas na psique humana. O esforço humano em trabalhar como um relógio, dentro de um sistema de repetição mecânica, contínua e cronometrada, acaba por levar a pessoa a ficar com sérios problemas neurológicos e psicológicos. Os mais fortes acabam sobrevivendo como se fossem máquinas, em um cotidiano sem esperança, criatividade ou alegria, onde a única atividade é a repetição de um par de gestos mecânicos simples.

Como conseqüência direta da implantação da Linha de Montagem e a busca sistemática do seu aperfeiçoamento, visando unicamente a produção, temos uma lógica produtiva que desqualifica, em pouco tempo, muitos trabalhadores como mão-de-obra apta para o sistema. Estas pessoas mais sensíveis à ação danosa do Fordismo-Taylorismo, são peremptoricamente levadas para Instituições-Depósito, como é o caso dos hospitais, asilos, manicômios e até penitenciárias - dependendo de cada caso e da resposta de desajustamento social dada pelo trabalhador vítima do sistema estressante e alienante .

Nenhuma outra obra de arte conseguiu expressar melhor este sentimento de impotência que a maioria oprimida sente diante dos mecanismos impessoais do sistema capitalista-industrial, como no quadro em que Carlitos é literalmente tragado pela grande máquina. Cena bela e extraordinariamente repleta de significado: o homem moderno absorvido por completo, de forma paralisante, pelas engrenagens do sistema. O homem devorado pela máquina, por ela é usado até o seu limite. Trocando de papéis, a máquina faz do homem uma máquina, que ao chegar ao seu esgotamento físico é jogada na lixeira do mundo produtivo - as Instituições-depósito.

Este é o lado mais cruel da sociedade industrial, um monstro devorador de vidas. A máquina aparece como um Capitão-do-mato que se mudou para a cidade. Os escravos agora passam a responder pelo nome de trabalhadores ou proletários. Esta maioria é vista pelo patrão como um grande ônus, sendo que todo o esforço do capitalista, proprietário das máquinas, vai ser no sentido de tirar o máximo proveito possível da relação homem-máquina, considerando mais as perdas advindas com o uso inadequado da máquina do que com questões sobre o trabalhador e a sociedade como um todo.

A sociedade capitalista vai explorar ao máximo a força de trabalho, contando para isso com diversos APARELHOS DE ESTADO, como os Aparelhos Ideológicos: Meios de Comunicação (TV, rádio, jornal, revista, internet...), Igreja, Escola; e os Aparelhos Coercitivos: Polícia, Justiça, Forças Armadas, etc. O Estado então, não é uma força política neutra, que vai gerir a coisa pública em nome de todos e em benefício de todos; mas, irá garantir a dominação de classe. Isto é, vai consolidar a exploração da maioria não proprietária dos meios de produção, por uma minoria proprietária do Capital e dos Meios de Produção (máquinas, prédios, terras, matéria prima).

Utilizando da aparência de instituições neutras, Aparelhos Ideológicos como a polícia, vão trabalhar incessantemente para proteger os interesses do capital, contra a revolta da classe explorada, marginalizada e despossuída. Em Tempos Modernos, são inúmeras as vezes que Chaplin evidencia esse papel ideológico das instituições, como é o caso da polícia reprimindo greves, manifestações de desempregados, ou até prendendo uma menina faminta por ter furtado um pedaço de pão. Em nenhum momento o patrão desalmado que tanto explora e do dia para a noite coloca na rua da amargura milhares de trabalhadores, é molestado pela polícia. Esta vai reprimir uma menina que se recusa a morrer de fome ou ser enterrada viva em um orfanato.

Um dos pontos cruciais da obra-prima de Chaplin diz respeito à questão do consumo e a expectativa que a sociedade industrial traz para as pessoas quanto à posse do maior número possível de gêneros. Carlitos e sua namorada, quando entram em uma Loja de Departamentos pela primeira vez em suas vidas, primeiramente vão até a confeitaria saciar a fome e a sede, para logo em seguida se dirigirem ao quarto andar, onde estão os brinquedos. Da infância feliz que não tiveram, passam para as roupas e móveis, que como adultos também jamais terão condições de possuir. Ao casal pobre resta o consolo de sonhar. Para um sistema que se diz de Pleno Consumo, eis aí uma crítica forte e consistente.

Chaplin reforça a frustração do não consumo em uma sociedade baseada no consumo, quando o seu personagem propõe à namorada pensar como eles seriam felizes morando em uma casa de classe média. Idealiza um casal feliz, com fartura à mesa. Tudo ilusão, é claro! Pois, para a classe a que pertencem, sobra no máximo um barraco velho e abandonado na periferia da cidade.

Ponto importante para reflexão são as respostas diferentes que os vários personagens deram diante das dificuldades que enfrentaram durante o período de recessão que os EUA vivenciaram na década de vinte, a GRANDE DEPRESSÃO. Enquanto a menina promovia pequenos furtos, seu pai procurava emprego honestamente, ao mesmo tempo que participava dos movimentos operários que tinham como objetivo pressionar o Estado a resolver a crise econômica. Já Carlitos, por ser mão-de-obra não especializada, diante da realidade crua do desemprego, optou por se esforçar ao máximo para ficar na cadeia, onde pelos menos tinha garantida moradia e alimentação. Seu amigo Big Bill, que trabalhou com ele na linha de montagem apertando parafusos, ao ser despedido, acabou optando pela marginalidade mais radical, se juntando a outros desempregados armados para assaltar a Loja de Departamentos.