As Crises que determinaram o Fim do
Império Romano do Ocidente
Fatores da Crise Econômica:
·
A
gigantesca extensão territorial exigia um número imenso de funcionários.
·
Em
compensação, o fim das expansões diminui a entrada de riquezas.
·
O
alto custo de manutenção, criava a necessidade do aumento dos impostos
provinciais, o que causou inúmeras revoltas.
·
Diminuição
do número de escravos.
A retração das guerras de conquista desde o início do Império fez com que
o número de escravos diminuísse e afetando a produção. No entanto essa
diminuição foi lenta e, à princípio, não trouxe graves problemas, pois a
exploração das províncias aumentava, reforçando as finanças do Estado.No século
III a crise econômica atingiu seu ápice, as moedas perderam valor e os salários
e os preços elevaram-se, provocando o aumento da população marginalizada e
maior exploração da mão-de-obra escrava, responsáveis por revoltas sociais,
exigindo a constante intervenção militar.
Fatores da Crise Política:
·
Crise
econômica.
·
Os
imperadores governavam com ajuda dos principais generais.
·
Entre
235-284 disputa pelo poder entre os generais; vários imperadores assassinados.
·
O
crescimento do Cristianismo.
·
A
Tetrarquia de Diocleciano.
Entre os séculos I e III, séculos em que o Cristianismo
ganhou cada vez mais adeptos, o Império começou a sentir os sinais da crise:
diminuiu o número de escravos, ocorreram rebeliões nas províncias, a anarquia militar
e as invasões bárbaras.Quando se fala em "sinais da crise”, na verdade se
fala de um período perturbado, no qual o Império chegoua estar muito perto da
queda. Por volta de 285, o imperador Diocleciano salvou o Império
Romano do colapso,dando a ele um último fôlego. Tudoisso já ocorria numa época
em que os cristãos eram somente uma minoria marginalizada.
O exército, instituição vital para a manter da ordem social enfrentou, contraditoriamente,
uma gravíssima crise interna, a "Anarquia Militar".A disputa entre
generais por maior influência política, principalmente entre os anos de 235 e
268, refletia a própria desorganização sócio-econômica do Império, que tendeu a
agravar-se com o início das migrações bárbaras.
O Imperador Diocleciano dividiu o Império em duas e depois em quatro
partes, originando a Tetrarquia, numa tentativa de fortalecer a organização
política sobre as várias províncias que compunham o império e aumentar o
controle sobre os exércitos, porém na prática essa divisão serviu para
demonstrar e acentuar a regionalização que já vinha ocorrendo.
Durante o governo de Diocleciano e
Constantino, várias medidas foram adotadas na tentativa de conter a crise, como
a criação de impostos pagos em produtos, congelamento de preços e salários, e a
fixação do camponês à terra, iniciando a formação do colonato e que na prática,
contribuíram para o desabastecimento e para um processo de maior ruralização.
A Divisão do Império
·
Constantino
e a fundação da Nova Capital em Bizâncio.
·
Teodósio
(395) divide o Império entre seus dois filhos.
·
As
Invasões Bárbaras e o fim do Império Romano do Ocidente (476).
O imperador Constantino foi ainda o responsável por a conciliação entre o
Império e o cristianismo, a partir do Edito de Milão (313), que garantia a
liberdade religiosa aos cristãos, que até então haviam sofrido intensa
perseguição e que naquele momento representavam uma possibilidade de
justificativa ao poder centralizado.
O Edito de Milão ainda serviria para frear a revolta dos pobres e
escravos, já que a doutrina cristã reforça a esperança de uma vida digna no
Reino de Deus. A nova religião ganhou força maior durante o governo de
Teodósio, quando, através do Edito de Tessalônica, o Cristianismo foi
considerado como religião oficial do Império.
A política imperial baseava-se na utilização da Igreja como aliada, na
medida em que esta era uma instituição hierarquizada e centralizada e que nesse
sentido, contribuiria para justificar a centralização do poder.
As migrações bárbaras foram outro fator que contribuiu para agravar a
crise do Império, processo complexo que envolveu povos e circunstâncias
diferentes. Alguns povos fixaram-se em terras do Império e tornaram-se aliados,
com a tarefa de defender as fronteiras. Eles acabaram, em parte, incorporados
ao exército; outros ultrapassaram as fronteiras romanas derrotando as legiões e
saquearam as cidades.
A divisão do Império em duas partes no final do século IV:O Império
Romano do Oriente, com capital em Constantinopla ainda conseguiu manter uma atividade
comercial com outras regiões do Oriente;O Império Romano do Ocidente, com
capital em Milão sofreu o aprofundamento constante da crise até à derrota
total.
O desenvolvimento das Villa e estimulava uma economia cada vez mais
autossuficiente. Esse fenômeno era particularmente forte na parte ocidental do
Império, onde a presença bárbara foi muito maior e onde a decadência do
comércio foi mais acentuada.
Podemos perceber que nesse período
de agonia final do Império Romano do Ocidente, características que irão
sobreviver e que estarão presentes na Idade Média, fazendo parte da estrutura
feudal, como o trabalho do colono e a organização das Villa e, que servirão de
modelo para o trabalho servil e para a organização do Feudo; assim como o
Cristianismo.
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