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domingo, 1 de fevereiro de 2015

A queda do Império Romano

As Crises que determinaram o Fim do Império Romano do Ocidente

Fatores da Crise Econômica:
·        A gigantesca extensão territorial exigia um número imenso de funcionários.
·        Em compensação, o fim das expansões diminui a entrada de riquezas.
·        O alto custo de manutenção, criava a necessidade do aumento dos impostos provinciais, o que causou inúmeras revoltas.
·        Diminuição do número de escravos.
A retração das guerras de conquista desde o início do Império fez com que o número de escravos diminuísse e afetando a produção. No entanto essa diminuição foi lenta e, à princípio, não trouxe graves problemas, pois a exploração das províncias aumentava, reforçando as finanças do Estado.No século III a crise econômica atingiu seu ápice, as moedas perderam valor e os salários e os preços elevaram-se, provocando o aumento da população marginalizada e maior exploração da mão-de-obra escrava, responsáveis por revoltas sociais, exigindo a constante intervenção militar.
Fatores da Crise Política:
·        Crise econômica.
·        Os imperadores governavam com ajuda dos principais generais.
·        Entre 235-284 disputa pelo poder entre os generais; vários imperadores assassinados.
·        O crescimento do Cristianismo.
·        A Tetrarquia de Diocleciano.


Entre os séculos I e III, séculos em que o Cristianismo ganhou cada vez mais adeptos, o Império começou a sentir os sinais da crise: diminuiu o número de escravos, ocorreram rebeliões nas províncias, a anarquia militar e as invasões bárbaras.Quando se fala em "sinais da crise”, na verdade se fala de um período perturbado, no qual o Império chegoua estar muito perto da queda. Por volta de 285, o imperador Diocleciano salvou o Império Romano do colapso,dando a ele um último fôlego. Tudoisso já ocorria numa época em que os cristãos eram somente uma minoria marginalizada.
O exército, instituição vital para a manter da ordem social enfrentou, contraditoriamente, uma gravíssima crise interna, a "Anarquia Militar".A disputa entre generais por maior influência política, principalmente entre os anos de 235 e 268, refletia a própria desorganização sócio-econômica do Império, que tendeu a agravar-se com o início das migrações bárbaras.
O Imperador Diocleciano dividiu o Império em duas e depois em quatro partes, originando a Tetrarquia, numa tentativa de fortalecer a organização política sobre as várias províncias que compunham o império e aumentar o controle sobre os exércitos, porém na prática essa divisão serviu para demonstrar e acentuar a regionalização que já vinha ocorrendo.
Durante o governo de Diocleciano e Constantino, várias medidas foram adotadas na tentativa de conter a crise, como a criação de impostos pagos em produtos, congelamento de preços e salários, e a fixação do camponês à terra, iniciando a formação do colonato e que na prática, contribuíram para o desabastecimento e para um processo de maior ruralização.

A Divisão do Império

·        Constantino e a fundação da Nova Capital em Bizâncio.
·        Teodósio (395) divide o Império entre seus dois filhos.
·        As Invasões Bárbaras e o fim do Império Romano do Ocidente (476).
O imperador Constantino foi ainda o responsável por a conciliação entre o Império e o cristianismo, a partir do Edito de Milão (313), que garantia a liberdade religiosa aos cristãos, que até então haviam sofrido intensa perseguição e que naquele momento representavam uma possibilidade de justificativa ao poder centralizado.
O Edito de Milão ainda serviria para frear a revolta dos pobres e escravos, já que a doutrina cristã reforça a esperança de uma vida digna no Reino de Deus. A nova religião ganhou força maior durante o governo de Teodósio, quando, através do Edito de Tessalônica, o Cristianismo foi considerado como religião oficial do Império.
A política imperial baseava-se na utilização da Igreja como aliada, na medida em que esta era uma instituição hierarquizada e centralizada e que nesse sentido, contribuiria para justificar a centralização do poder.
As migrações bárbaras foram outro fator que contribuiu para agravar a crise do Império, processo complexo que envolveu povos e circunstâncias diferentes. Alguns povos fixaram-se em terras do Império e tornaram-se aliados, com a tarefa de defender as fronteiras. Eles acabaram, em parte, incorporados ao exército; outros ultrapassaram as fronteiras romanas derrotando as legiões e saquearam as cidades.
A divisão do Império em duas partes no final do século IV:O Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla ainda conseguiu manter uma atividade comercial com outras regiões do Oriente;O Império Romano do Ocidente, com capital em Milão sofreu o aprofundamento constante da crise até à derrota total.
O desenvolvimento das Villa e estimulava uma economia cada vez mais autossuficiente. Esse fenômeno era particularmente forte na parte ocidental do Império, onde a presença bárbara foi muito maior e onde a decadência do comércio foi mais acentuada.
 Podemos perceber que nesse período de agonia final do Império Romano do Ocidente, características que irão sobreviver e que estarão presentes na Idade Média, fazendo parte da estrutura feudal, como o trabalho do colono e a organização das Villa e, que servirão de modelo para o trabalho servil e para a organização do Feudo; assim como o Cristianismo.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

As Cruzadas



 As Cruzadas ( Resumo)



Em espanhol, cruzada significa “marcada com cruz” e foi o nome que se deu às guerras que tiveram a participação dos “cristãos” da Europa ocidental a pedido e com as bênçãos  do papado em nome de Cristo. A guerra contra os considerados inimigos de Cristo duraram de 1095 até meados do século XV. Na época, os árabes tinham o domínio de Jerusalém, a Terra Santa, e permitiam peregrinações cristãs. Com a tomada de Jerusalém pelos povos da Ásia Central convertidos ao islamismo, não mais se permitiu cristãos na cidade.

A Igreja Católica



No início do Cristianismo, os fiéis eram  soldados de Cristo, adeptos a não-violência, graças aos ensinamentos de Jesus. No entanto, a formação eclesiástica cada vez mais rigorosa da Igreja Católica Apostólica Romana  – iniciada pelo imperador Constantino – e a ideia do Estado Católico modificaram esse quadro: para defender Estado e fé, a igreja começou a disseminar a ideia de que ir à guerra em nome de Deus era justo e necessário. Dos novos guerreiros de Cristo, aqueles que recusavam o serviço militar eram excomungados.

Causas das Cruzadas

As causas das Cruzadas foram as seguintes:


  •  O fervor religioso da Idade Média, pois se acreditava no poder miraculoso das ossadas dos santos, das suas vestes, dos seus objetos. Temiam o diabo e os bruxos. Todos os anos, milhares de peregrinos visitavam Jerusalém em busca de cura para as doenças ou perdão para os pecados. Os papas incentivavam a peregrinação, concedendo indulgências ou privilégios aos participantes.
  •     A necessidade de conter a expansão dos turcos que ameaçavam os cristãos europeus.
  •     O desejo dos cristãos de obter, diretamente nos países de origem, as especiarias, sedas, marfim e outros produtos muito procurados na Europa.
  •     O interesse das cidades marítimas do Mediterrâneo em assegurar os pontos estratégicos para o comércio.
  •     O caráter belicoso e turbulento dos nobres medievais que se tornavam desordeiros e ávidos de combater heróicos.
  •     A tomada de Jerusalém pelos turcos seldjúcidas que humilhavam os peregrinos na Terra Santa. Essa foi a causa imediata das Cruzadas.


Cruzadas – o início



Cruzados deu-se com o Papa Urbano II, a decisão de convocar cristãos para a guerra com o fim de retomar Jerusalém e impedir a expansão islâmica. Todos os guerreiros de Cristo ganhariam o perdão pelos seus pecados e lutariam, embebidos na filosofia de Santo Agostinho, por fins puros e pela busca da justiça. O militar seria um agente do bem ao lutar para recuperar terras e bens expropriados. Entretanto, não era a Igreja a única interessada: mercantilistas também desejavam ampliar negócios para o Oriente.

Expedições

A primeira expedição, entre 1096 e 1099 , não teve acompanhamento de reis: apenas cavaleiros da nobreza tomaram a Cidade Santa. A segunda, de 1147 a 1149, não teve sucesso graças a uma discórdia entre os líderes Luís VII, da França e Conrado III, do Sacro Império. Em 1189, Jerusalém novamente passou para o controle muçulmano, com o Sultão Saladino.

A terceira cruzada, de 1189 a 1192, denominada a “Cruzada dos Reis”, teve como participantes o rei inglês, Ricardo Coração de Leão, o da França, Filipe Augusto e Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Por um acordo de paz entre Saladino e Ricardo, os cristãos puderam novamente peregrinar em Jerusalém.


A quarta, de 1202 a 1204, foi patrocinada pelos venezianos, por interesses comerciais. A quinta delas, entre 1217 e 1221, fracassou, quando as tropas  ficaram isoladas nas enchentes do Rio Nilo. A sexta, de 1228 a 1229, ficou marcada pela reconquista de Jerusalém, Belém e Nazaré. A sétima, de 1148 a 1250, sob o comando de Luís IX, da França, tinha por fim, retomar Jerusalém, que de novo, era dominada pelos turcos. A última, em 1270, teve fracasso absoluto, pois não conseguiu se fixar entre a população local.

A guerra santa terminou no fim do século 13 com a expulsão dos últimos guerreiros de Cristo pelos islâmicos que começaram a lutar a sua “guerra santa”, de acordo com os ensinamentos de Maomé.


Consequências 

Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.

Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou.

Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Resumo - História do Islamismo


 Islamismo



A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos (atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do norte da África. Assim como as religiões cristãs, a religião muçulmana é monoteísta, ou seja, crê na existência de apenas um deus, Alá ou Allah (palavra para designar Deus em árabe).

Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da atual Arábia Saudita.



  Anteriormente eram povos divididos em tribos: a fragmentação política deve-se, apesar da Caaba, da língua e da cultura em comum, às constantes guerras entre as tribos.



    A partir dos ensinamentos de Maomé, que trazia uma nova doutrina religiosa em Meca (o Islamismo) que condenava o politeísmo e a idolatria a Caaba, os árabes passaram de politeístas a monoteístas, porém no início houve conflitos entre Maomé e os coraixitas.

      A fuga de Maomé de Meca para latreb (Medina) chamou-se Hégira e marca o início do calendário árabe. Nesse período houve conversão dos parentes, dos habitantes de Medina e dos beduínos.


    Finalmente acontece a Conquista de Meca pelo islamismo em 630 d.C, trazendo uma unificação política e religiosa e centralização política. O Estado árabe passa a ser teocrático governado pelos califas, preservação da Caaba e da pedra negra e destruição das imagens dos deuses.

     Vejamos algumas características do islamismo:

    - Islão: submissão a Alá.
    - Livro sagrado: Alcorão: doutrina religiosa, código de moral e justiça, normas de comportamento social.
    - Crença em um único Deus: Alá. Orar.
    - Peregrinação (Hajj).
    - Jejuar: mês de Ramada (julho). Dar esmolas.
    - Guardar as sextas-feiras.
    
A expansão árabe representou um maior contato entre as culturas do Oriente e do Ocidente. No aspecto econômico a expansão territorial provocará o bloqueio do mar Mediterrâneo, contribuindo para a cristalização do feudalismo europeu, ao acentuar o processo de ruralização e fortalecendo a economia de consumo.
     
Preceitos religiosos:

A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:

- Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu profeta;
- Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos para os necessitados;
- Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na vida, desde que para isso possua recursos;
- Realização diária das orações;
- Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a paciência e a reflexão.

Locais sagrados



Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba. A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso para encontrar com Moises e Jesus.

Divisões do Islamismo

Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos principais : sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda comunidade. Os xiitas também possuem sua própria interpretação da Sharia.

Podemos resumir o legado cultural árabe deste período da seguinte forma:

 Na Literatura: poesias épicas e fábulas. Destaque para os contos de aventuras, como As Mil e uma Noites.

  Nas Ciências: muito práticos os árabes aplicaram o raciocínio lógico e o experimentalismo. Desenvolveram a Matemática (álgebra e trigonometria), a Química (alquimia), Medicina (sendo Avicena o grande nome) e a Filosofia (estudo de Aristóteles).

  Nas Artes: a grande contribuição foi no campo da Arquitetura, com construção de palácios e de Mesquitas. Na Pintura, dado a proibição religiosa de reproduzir a figura humana, houve o desenvolvimento dos chamados arabescos.





quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Resumo para estudo


 Feudalismo


Antes do Capitalismo


Não é verdadeiro esse papo de que os homens e as mulheres sempre foram doidos pra lucrar e enriquecer. Foi a sociedade capitalista que criou esse bando de gente que só pensa em grana e não hesita em massacrar os outros por causa do dinheiro. Acontece que o capitalismo tem apenas alguns séculos de existência. Antes de ele surgir, na Europa ocidental, havia um outro tipo de sociedade, na qual investir e acumular capital não eram sequer imaginados. Ninguém sonhava que um dia consumir e consumir seria a suprema glória da existência humana.

Estamos falando da sociedade feudal. O capitalismo vai nascer e se desenvolver exatamente dentro do feudalismo. Portanto, conhecer o funcionamento do modo de produção feudal nos ajuda a conhecer as origens do capitalismo.

“Como surgiu o feudalismo”


O feudalismo nasceu depois que o império Romano virou picadinho por causa das invasões bárbaras no século V. Entretanto, os invasores bárbaros não liquidaram completamente a civilização romana. Na verdade, as novas sociedades que surgiram na Europa foram o resultado da mistura de elementos da sociedade romana com elementos da sociedade dos invasores germânicos.

“O Feudalismo”



Para entender o feudalismo, temos que lembrar que a história existe mesmo. O que queremos dizer com isso? Que a economia funcionava de um modo totalmente diferente de hoje, quando vivemos num mundo capitalista. Lembre bem, no feudalismo investir e lucrar não eram os objetivos econômicos.

A sociedade feudal era basicamente rural. Isso quer dizer que quase todas as pessoas viviam no campo. O trabalho na agricultura era pesado e cansativo, mas os trabalhadores camponeses ficavam com poucos frutos. O motivo‚ que as terras pertenciam a uns poucos privilegiados, os nobres.

Os nobres, também chamados de senhores feudais, eram proprietários do feudo. Eles tinham uma vida mansa. Moravam no castelo, não trabalhavam nem um pouco e passavam boa parte do dia se empanturrando de comida e bebida. Usavam boas roupas, gostavam de ouvir a música dos trovadores e eram grandes guerreiros, utilizando pesadas armaduras no campo de batalha. É claro que essa mordomia toda só era possível porque o senhor feudal (o nobre) vivia à custa do trabalho dos servos.

Os servos não eram escravos, pois não pertenciam aos nobres. Não podiam ser vendidos para outro senhor feudal. Mas também não eram livres a ponto de ir procurar emprego onde quisessem. Portanto, ainda não existiam anúncios classificados na porta dos castelos. Os camponeses servos tinham direito a usar um pedaço de terra do feudo para cultivar para si e para criar alguns animais. Observe que o senhor feudal não fazia nenhum investimento, e até mesmo os instrumentos de trabalho (foices, machados, ancinhos,bois para movimentar o arado) pertenciam aos servos. No final, os servos acabavam ficando apenas com uma parte do que haviam produzido, pois deviam muitas obrigações feudais ao nobre. Vida dura, a dos servos. trabalhavam como mulas e, sempre ameaçados pelo fantasma da fome, dormiam perto do chiqueiro e acordavam com os bichos.

O feudo era, antes de tudo, uma grande propriedade rural, um latifúndio. O trabalho era todo realizado pelos servos. Eles tinham que cultivar a  área senhorial (de 30% a 40% da área total do feudo). Havia ainda as terras comunais, utilizadas tanto pelo senhor (por intermédio do trabalho dos servos domésticos) quanto pelos camponeses. Essa  área servia de pastagem a animais, colheita de frutas e madeira e era exclusiva para a caça do nobre.

O senhor feudal morava em seu castelo, em geral um confortável casarão de madeira. Só no apogeu do feudalismo, e pertencentes a grandes senhores, que os castelos seriam de pedra. Os camponeses moravam mesmo em barracos de barro e palha, pulguentos e gelados. Sem televisão para fazer esquecer a própria miséria.

A economia do feudo tendia a ser de subsistência, ou seja, o feudo geralmente produzia apenas para a sobrevivência das pessoas que viviam nele. A produtividade era baixa e por isso sobrava pouco para comerciar. O que nos leva a concluir que o comércio e as cidades (que dependem da comida produzida no campo) eram pouco desenvolvidos.



“As obrigações feudais”


Os senhores feudais exploravam descaradamente os servos. Aparentemente, havia uma comunidade entre eles (e não um contrato assinado, como há  no capitalismo): os servos trabalhavam enquanto o senhor lhes dava proteção em caso de guerra e abrigo em caso de calamidade. Na prática havia mesmo ‚ coerção: o nobre tinha a seu serviço um bando de cavaleiros mal-encarados e armados até os dentes, prontos para meter a espada no servo desdentado metido a desobediente.

Assim, o servo devia diversas obrigações aos senhores feudais. As mais destacadas eram:

  • Corvéia. Trabalho de graça do servo, alguns dias por semana, em  área senhorial. Também havia a obrigação de construir pontes, reparar o castelo, elogiar o nobre e dizer que ele era muito inteligente e generoso...

   • Talha. O servo devia entregar ao senhor feudal parte de sua colheita (uns 10%) e uma O importante quantidade fixa de aves, mel, ovos, porcos, objetos de madeira e lã.

   • Banalidades. Inúmeras taxas, criadas a inúmeros pretextos, e que não eram nada banais. Podiam ser taxas pelo uso do moinho, do forno, lagar (tanque para espremer uvas e fazer vinho), multas, impostos para comprar equipamentos militares e mais outros tantos.

“A fragmentação política”



No apogeu do feudalismo, entre os séculos IX e XIII, a Europa estava dividida em inumeráveis feudos. Cada um deles era um mini-mundo isolado, com suas próprias leis, cobranças de impostos, força armada. Todos esses feudos, claro, seguiam a vontade dos seus proprietários nobres. O rei, portanto, não passava de um grande nobre, com pouca autoridade além do próprio feudo. Não tinha controle sobre todos os súditos.

A hierarquia feudal teve origem nas guerras do passado, ainda no tempo das invasões bárbaras. Um grande chefe militar vencedor distribuía as terras conquistadas para seus auxiliares mais próximos, que assim se tornavam seus vassalos.

Os vassalos tinham a obrigação de dar apoio militar ao seu suserano (o chefe que lhes tinha cedido um feudo), de pagar o resgate se ele fosse capturado numa batalha, de puxar o saco dele e rir de suas piadas sem graça.

Os vassalos também podiam distribuir parte de suas terras para pessoas que seriam, por sua vez, seus vassalos, e assim por diante, numa corrente que unia desde os senhores feudais mais poderosos, até a pequena nobreza. Repare que os servos, de certa maneira, eram o grau mais baixo da hierarquia da vassalagem.



“A Igreja católica e o feudalismo”



A Igreja católica era extremamente poderosa. Em primeiro lugar, porque a maioria das pessoas era católica fervorosa. Depois, porque a Igreja era rica, dona de vastos feudos. Muitos de seus bens vinham de doações que nobres deixavam em testamento. Geralmente, os altos postos eclesiásticos (da Igreja) eram preenchidos por filhos da nobreza. Ou seja, a cúpula da Igreja e os nobres pertenciam à mesma classe dominante, a dos senhores feudais.

A Igreja também dominava a vida cultural. Assim como os servos se subordinavam aos senhores, a vida cultural era serva dos padres. Os clérigos (homens da Igreja) eram das poucas pessoas que sabiam ler. Numa época em que não havia televisão nem programas de auditório, a Igreja era uma grande fonte de informação e até de lazer. Tudo o que se dizia e se pensava devia ter a autorização dela. Quem a contrariasse era considerado um herege (inimigo do cristianismo) e atirado numa masmorra fria e úmida ou numa quente e sequinha fogueira.

Como se vê, a Igreja tinha um importante papel político. Ela era aliada dos senhores feudais e muitas das idéias que difundia serviam para tornar as pessoas mais obedientes aos nobres. Nos sermões dos padres, os camponeses ouviam abobrinhas do tipo "é preciso se conformar com a pobreza, pois foi Deus quem a desejou". É por isso que muitas revoltas sociais contra a exploração feudal foram consideradas heresias. Outra idéia difundida era a de que a sociedade feudal seria eterna, pois teria sido Deus que desejou que "uns rezassem (a Igreja), outros combatessem (os nobres) e outros trabalhassem (os servos)". Desse modo, os trabalhadores estavam subjugados pela espada e pela cruz.


“A justiça feudal”


Imagine que um servo se sentisse injustiçado pelo senhor feudal. A quem ele iria reclamar? Àquele que controlava as leis e julgamentos no feudo, ou seja... o próprio senhor feudal!

O nobre poderia, gentilmente, propor para "deixar o julgamento nas mãos de Deus". como seria isso? O servo deveria segurar um ferro em brasa, ou então ser amarrado a uma pedra enorme e atirado no fio: diziam que se ele fosse inocente Deus não o deixaria queimar-se ou afogar-se... Dá para perceber que poucos servos conseguiam o que queriam.

“Novas forças econômicas”


A partir do século IX a economia feudal européia começou a se desenvolver com firmeza. Já  não existiam mais os ataques dos povos bárbaros nem as pestes (epidemias de doenças mortais) que tanto tinham preocupado a Europa nos séculos anteriores.

Descobertas tecnológicas permitiram o crescimento da produção. Isso resultou em mais comida e bebida na mesa, melhores roupas e mais objetos - não só para os nobres mas até para alguns servos. É fácil reparar que essa melhoria nas condições de existência estimulou o crescimento da população. O efeito também foi inverso: mais gente, mais produção, mais desenvolvimento econômico.

Muitos feudos começaram a produzir excedentes, ou seja, mais do que precisavam para manter sua sobrevivência física. Era possível então vender esse excedente e, com o dinheiro obtido, comprar outras coisas, vindas de outras regiões. Dá para perceber que por causa disso, o comércio cresceu um bocado. As moedas, muito úteis no comércio, adquiriram maior importância. Quanto mais desenvolvido é o mundo das mercadorias, maior o poder do dinheiro. Quanto mais poderoso é o dinheiro, mais frágeis são os homens...

Era comum os comerciantes se reunirem em alguns locais para trocar mercadorias, informações e moedas, para beber e contar vantagens sobre suas conquistas amorosas. Tratava-se das feiras medievais. Algumas dessas feiras ficaram tão importantes que se tornaram permanentes e deram origem a cidades.

Nas cidades vivia a maioria dos comerciantes e artesãos, que vendiam ou faziam as mercadorias que os nobres tanto apreciavam. A cidade e o campo foram especializando suas atividades econômicas. Ou seja, enquanto o campo se dedicava principalmente à agricultura e à criação de animais, as cidades começaram a concentrar os artesãos e comerciantes. Os nobres apreciavam sua mercadorias vendidas pelos comerciantes e artesãos, e não hesitavam em botar a mão na bolsa e pagar em ouro. Com isso, claro, as cidades foram crescendo e enriquecendo. Como muitas delas ficavam dentro das terras dos nobres, também tinham que pagar tributos feudais. Mas a partir do século XIV muitas cidades tinham se tornado ricas o bastante para se libertar dos senhores feudais e obter plena autonomia.

As cidades medievais, cercadas de muralhas de proteção, tinham o nome de burgos. Nelas, moravam os trabalhadores e a classe social que estava nascendo e que daria muito o que falar: a burguesia.

“A crise do século XIV”


No século XIV, aconteceu a primeira grande crise do feudalismo. Simplesmente, a economia feudal não consegui mais produzir o suficiente para alimentar a população que crescia cada vez mais. É fácil entender. Os senhores feudais não investiam em tecnologia. Por causa disso, o aumento da produção agrícola tinha vindo, principalmente do desbravamento de novas terras. Chegou um momento em que não havia mais terras disponíveis para ampliar o cultivo. Veio, então, a fome. Para piorar, os nobres e os reis aumentaram os impostos. Como sempre, os pobres é quem pagaram o pato, sem comer tal pato. Aliás, sem comer quase nada.

O comércio italiano com os árabes levou para a Europa tapetes, porcelana, especiarias e ... a PESTE NEGRA. Os burgos estavam entulhados de gente que vivia em casebres mergulhados em esgotos e habitados por certos animaizinhos domésticos sorridentes e peludos como ratos. Como você sabe, os ratos podem transmitir muitas doenças. Foi o que aconteceu. A peste bubônica fez seus estragos: quase 40% da população do continente morreu. Foi uma catástrofe demográfica. A população da Europa só voltaria a ser a mesma no século XVII.

Cidades inteiras foram abandonadas. A mão fria da morte fez faltar mão-de-obra nos feudos. As rendas dos senhores feudais caíram. Muitos deles tiveram que vender seus bens para pagar o que deviam aos banqueiros. Pra se segurar, a nobreza caiu de sola em cima dos mais fracos: aumentou o número de tributos sobre os servos humildes e descalços. Estouraram então muitas rebeliões camponesas. As mais famosas foram as jacqueries, na França. Os camponeses invadiam os castelos e tomavam tudo o que podiam. Depois, dividiam entre si as terras do senhor feudal.


“Até quando durou o feudalismo?”

A burguesia e as relações de produção capitalistas germinaram por volta dos séculos XI e XII, quando começou um intenso crescimento urbano e comercial. Elas foram se desenvolvendo no interior do feudalismo como uma praga que cresceu até destruir a sociedade feudal. Quando essa destruição final aconteceu? No momento das revoluções burguesas. Foram elas que garantiram o triunfo do capitalismo e da burguesia. Na Inglaterra, por exemplo, a revolução ocorreu em 1640-1689. Na França, em 1789-1815. Na Europa, no Japão e nos Estados Unidos o capitalismo afirmou seu domínio pleno durante o século XIX.

Feudalismo

ü  A produção tende a ser de subsistência.
ü  A principal propriedade é imóvel: a Terra, o feudo. O senhor feudal a domina, e por isso pode cobrar tributos dos servos. Mas não investe praticamente em nada.
·         servo tem o usufruto da terra mas não é livre: está submetido às obrigações feudais. Pode ser proprietário de alguns instrumentos de trabalho.
ü  Coação política: o servo se submete principalmente porque o senhor feudal conta coma força das armas e da Igreja.
ü  Produção com o objetivo de sustentar o Domínio dos senhores feudais.
ü  Senhores feudais x servos.