As Cruzadas ( Resumo)
Em espanhol, cruzada significa “marcada com cruz” e foi o nome que se
deu às guerras que tiveram a participação dos “cristãos” da Europa ocidental a
pedido e com as bênçãos do papado em nome
de Cristo. A guerra contra os considerados inimigos de Cristo duraram de 1095
até meados do século XV. Na época, os árabes tinham o domínio de Jerusalém, a
Terra Santa, e permitiam peregrinações cristãs. Com a tomada de Jerusalém pelos
povos da Ásia Central convertidos ao islamismo, não mais se permitiu cristãos
na cidade.
A Igreja Católica
No início do Cristianismo, os fiéis
eram soldados de Cristo, adeptos a
não-violência, graças aos ensinamentos de Jesus. No entanto, a formação
eclesiástica cada vez mais rigorosa da Igreja Católica Apostólica Romana – iniciada pelo imperador Constantino – e a
ideia do Estado Católico modificaram esse quadro: para defender Estado e fé, a
igreja começou a disseminar a ideia de que ir à guerra em nome de Deus era
justo e necessário. Dos novos guerreiros de Cristo, aqueles que recusavam o
serviço militar eram excomungados.
Causas das Cruzadas
As causas das Cruzadas foram as
seguintes:
- O fervor religioso da Idade Média, pois se acreditava no poder miraculoso das ossadas dos santos, das suas vestes, dos seus objetos. Temiam o diabo e os bruxos. Todos os anos, milhares de peregrinos visitavam Jerusalém em busca de cura para as doenças ou perdão para os pecados. Os papas incentivavam a peregrinação, concedendo indulgências ou privilégios aos participantes.
- A necessidade de conter a expansão dos turcos que ameaçavam os cristãos europeus.
- O desejo dos cristãos de obter, diretamente nos países de origem, as especiarias, sedas, marfim e outros produtos muito procurados na Europa.
- O interesse das cidades marítimas do Mediterrâneo em assegurar os pontos estratégicos para o comércio.
- O caráter belicoso e turbulento dos nobres medievais que se tornavam desordeiros e ávidos de combater heróicos.
- A tomada de Jerusalém pelos turcos seldjúcidas que humilhavam os peregrinos na Terra Santa. Essa foi a causa imediata das Cruzadas.
Cruzadas – o início
Cruzados deu-se com o Papa Urbano II, a decisão de convocar
cristãos para a guerra com o fim de retomar Jerusalém e impedir a expansão
islâmica. Todos os guerreiros de Cristo ganhariam o perdão pelos seus pecados e
lutariam, embebidos na filosofia de Santo Agostinho, por fins puros e pela
busca da justiça. O militar seria um agente do bem ao lutar para recuperar
terras e bens expropriados. Entretanto, não era a Igreja a única interessada:
mercantilistas também desejavam ampliar negócios para o Oriente.
Expedições
A primeira expedição, entre 1096 e
1099 , não teve acompanhamento de reis: apenas cavaleiros da nobreza tomaram a
Cidade Santa. A segunda, de 1147 a 1149, não teve sucesso graças a uma
discórdia entre os líderes Luís VII, da França e Conrado III, do Sacro Império.
Em 1189, Jerusalém novamente passou para o controle muçulmano, com o Sultão
Saladino.
A terceira cruzada, de 1189 a 1192,
denominada a “Cruzada dos Reis”, teve como participantes o rei inglês, Ricardo
Coração de Leão, o da França, Filipe Augusto e Frederico Barbarruiva, do Sacro
Império. Por um acordo de paz entre Saladino e Ricardo, os cristãos puderam
novamente peregrinar em Jerusalém.
A quarta, de 1202 a 1204, foi
patrocinada pelos venezianos, por interesses comerciais. A quinta delas, entre
1217 e 1221, fracassou, quando as tropas
ficaram isoladas nas enchentes do Rio Nilo. A sexta, de 1228 a 1229,
ficou marcada pela reconquista de Jerusalém, Belém e Nazaré. A sétima, de 1148
a 1250, sob o comando de Luís IX, da França, tinha por fim, retomar Jerusalém,
que de novo, era dominada pelos turcos. A última, em 1270, teve fracasso
absoluto, pois não conseguiu se fixar entre a população local.
A guerra santa terminou no fim do
século 13 com a expulsão dos últimos guerreiros de Cristo pelos islâmicos que
começaram a lutar a sua “guerra santa”, de acordo com os ensinamentos de Maomé.
Consequências
Elas proporcionaram também o
renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do
Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais.
Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes
guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na
Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos.
Não podemos deixar de lembrar que
as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na
Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os
integrantes destas duas religiões continuou.
Já no aspecto cultural, as Cruzadas
favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras
e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema
principal estes conflitos.
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