Revolução Industrial
Este resumo abordará as características e
consequências da Segunda Revolução Industrial que ocorreu na Europa, parte da
Ásia e nos E.U.A no século XIX.
·
A
Revolução industrial transformou a relação do ser humano entre si e com a
natureza;
·
Problemas
sócio ambientais: aumento da poluição, desmatamento, urbanização desordenada,
surgimento do proletariado.
·
1ª
Fase da Revolução Industrial (1760 - 1830): limitou-se à Inglaterra, onde
surgiu a máquina a vapor e o carvão tornou-se um importante combustível para
alimentá-las. A indústria têxtil cresceu vertiginosamente.
·
A
Inglaterra passou a exportar seus tecidos para todo o mundo através do mar e
tornou-se uma potência, graças ao Capitalismo Industrial e das riquezas
acumuladas.
·
2ª
Fase da Revolução Industrial - a partir de 1870 a industrialização atinge
outros países da Europa, como França, Bélgica, Itália, Alemanha, também chega a
América, nos E.U.A e na Ásia, na Rússia e no Japão.
·
Novas
formas de energia: eletricidade e petróleo.
·
Inventos
importantes: motor a combustão, telégrafo e corantes sintéticos (indústria
química).
·
A
produção industrial girava em torno do aço.
·
Invenção
da locomotiva e do barco a vapor.
·
As
ferrovias tornaram-se comuns aos países industrializados, pois acelerava o
transporte de mercadorias e de pessoas dos campos para as cidades e das cidades
para as fábricas.
·
A
industrialização de outros países acirrou a disputa pelos mercados
consumidores.
·
Neocolonialismo:
na busca por novos mercados as potências industriais partiram para a África e a
Ásia, a partir de 1830, para conquistar mais consumidores e zonas de
influência, onde poderiam explorar os recursos disponíveis.
·
A
buscar por mercados gerou: Uma corrida armamentista entre os países ("paz
armada") e a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918).
As potências Ocidentais/Industriais disputam a China. Ilustração do século XIX.
Veja como ficou a África, após sua partilha entre as nações europeias:
· Além de buscar por matérias-primas, tais como carvão, ferro e petróleo na Ásia e na África, os europeus procuravam novos mercados consumidores de seus produtos.Das colônias também compravam alimentos para abastecer a crescente população europeia. Investiam nas colônias e construíam ferrovias para escoar mercadorias.
· Nessa fase da revolução industrial que surge o capitalismo monopolista e o imperialismo. Algumas formas de monopólio são: Truste, Cartel, Holding.
· Plano político: o neocolonialismo garantia mais recursos para os estados europeus, que além de matérias-primas, terras, e pessoas, obtinham mais portos, maiores contingentes militares, etc.
· A colonização acontecia por via pacífica - através da aproximação da metrópole com a elite dominante do local a ser colonizado, subornos, promessas de riquezas e poder, ou por meio da força bruta, caso houvesse resistência.
·
Plano
religioso e cultural: Diversos missionários espalharam-se pela África e pela
Ásia para converter seus povos ao cristianismo.Eles também lutava contra a
escravidão.
· As colônias não tinham grande autonomia política. administrativa e econômica. Embora algumas delas tivesse governo ou parlamento eleitos pelos nativos, havia nelas um supervisor representando os interesses da Metrópole.
· Em muitos casos os habitantes das áreas colonizadas perdiam suas terras, eram forçados a realizar trabalhos nas fábricas, ferrovias ou na extração de minerais e ainda pagar impostos para a Metrópole.
· Os europeus julgavam-se racialmente superiores aos nativos. As teorias racistas, como o darwinismo social, serviam como justificava para a exploração das nações "primitivas" pelas "civilizadas".
·
As
nações industriais europeias tornaram-se ainda mais hegemônicas no Mundo,
principalmente a Inglaterra que liderava o Império Britânico. As disputas
comerciais, a busca de novos mercados irão desencadear a 1ª Guerra Mundial, em
1914, assunto que será visto em breve.
Resumo para trabalhar em sala de aula
Tempos
Modernos
Título do filme:
TEMPOS MODERNOS (EUA 1936)
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental
RESUMO DO FILME
Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a
vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929,
quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte
da população ao desemprego e à fome.
A figura central do filme é Carlitos, o personagem
clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego numa grande indústria,
transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona. O
filme focaliza a vida do na sociedade industrial caracterizada pela produção
com base no sistema de linha de montagem e especialização do trabalho. É uma
crítica à "modernidade" e ao capitalismo representado pelo modelo de
industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do capital e perseguido
por suas idéias "subversivas".
Em sua Segunda parte o filme trata das desigualdades
entre a vida dos pobres e das camadas mais abastadas, sem representar contudo,
diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda que a mesma
sociedade capitalista que explora o proletariado, alimenta todo conforto e
diversão para burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no
jardim de uma casa, ou aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa
loja de departamento, ilustram bem essas questões.
Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser considerado "socialista". Aliás, nesse aspecto Chaplin foi boicotado também em seu próprio país na época do "macartismo".
Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos
Modernos está entre os filmes mais conhecidos do ator e diretor Charles
Chaplin, sendo considerado um marco na história do cinema.
TEMPOS MODERNOS foi produzido no ano
de 1936 e se constitui em uma das mais expressivas críticas que o cinema
promoveu, tendo como tema central a sociedade
industrial capitalista. Nenhuma questão relevante passou despercebida à
inteligência crítica de Charlie Chaplin, que em 87 minutos sintetizou a agonia
secular de uma maioria oprimida e marginalizada - a classe trabalhadora. Não constitui obra do acaso, o fato deste
ter sido o último filme em que Chaplin trabalha o personagem do vagabundo Carlitos, já que é uma síntese
perfeita da sua visão sobre o
Capitalismo, que vinha apresentando ao público em conta-gotas.
O filme inicia mostrando ao fundo um
grande relógio, o símbolo maior dos Tempos
Modernos. Tempo é dinheiro e
reside aí o espírito do capitalismo.
Um passo à frente, temos um rebanho de gado-gente, correndo desesperado para o
abatedouro-fábrica. Chaplin não esconde sua visão da bestialidade humana. Gente
que se submete a viver amontoada, sem propósito, como gado domesticado. Mais do
que o Capitalismo, critica
profundamente a Sociedade Industrial,
seu ritmo alucinante, a falta de qualidade de vida e seus propósitos
irracionais. Evidencia que a velocidade da máquina não pode ser a velocidade do
ser humano, sob pena de não termos mais seres humanos, apenas bestas humanas.
O relógio, as pessoas caminhando como
gado, já seriam elementos suficientes para analisarmos com mais consciência o
sistema de vida proporcionado pela visão industrial-capitalista. Mas, ele
aprofunda ainda mais esta sua crítica ao abordar, com detalhes, a questão da Linha de Montagem e suas seqüelas
desastrosas na psique humana. O esforço humano em trabalhar como um relógio,
dentro de um sistema de repetição mecânica, contínua e cronometrada, acaba por
levar a pessoa a ficar com sérios problemas neurológicos e psicológicos. Os
mais fortes acabam sobrevivendo como se fossem máquinas, em um cotidiano sem
esperança, criatividade ou alegria, onde a única atividade é a repetição de um
par de gestos mecânicos simples.
Como conseqüência direta da
implantação da Linha de Montagem e a
busca sistemática do seu aperfeiçoamento, visando unicamente a produção, temos
uma lógica produtiva que desqualifica, em pouco tempo, muitos trabalhadores
como mão-de-obra apta para o sistema. Estas pessoas mais sensíveis à ação
danosa do Fordismo-Taylorismo, são
peremptoricamente levadas para Instituições-Depósito,
como é o caso dos hospitais, asilos, manicômios e até penitenciárias -
dependendo de cada caso e da resposta de desajustamento social dada pelo
trabalhador vítima do sistema estressante e alienante .
Nenhuma outra obra de arte conseguiu
expressar melhor este sentimento de impotência que a maioria oprimida sente
diante dos mecanismos impessoais do sistema capitalista-industrial, como no
quadro em que Carlitos é literalmente tragado pela grande máquina. Cena bela e extraordinariamente repleta de significado:
o homem moderno absorvido por completo, de forma paralisante, pelas engrenagens
do sistema. O homem devorado pela máquina, por ela é usado até o seu limite.
Trocando de papéis, a máquina faz do homem uma máquina, que ao chegar ao seu
esgotamento físico é jogada na lixeira do mundo produtivo - as Instituições-depósito.
Este é o lado mais cruel da sociedade
industrial, um monstro devorador de vidas. A máquina aparece como um
Capitão-do-mato que se mudou para a cidade. Os escravos agora passam a responder
pelo nome de trabalhadores ou proletários. Esta maioria é vista pelo patrão como um grande ônus, sendo que
todo o esforço do capitalista,
proprietário das máquinas, vai ser no sentido de tirar o máximo proveito
possível da relação homem-máquina, considerando mais as perdas advindas com o
uso inadequado da máquina do que com questões sobre o trabalhador e a sociedade
como um todo.
A sociedade capitalista vai explorar
ao máximo a força de trabalho, contando para isso com diversos APARELHOS DE
ESTADO, como os Aparelhos Ideológicos:
Meios de Comunicação (TV, rádio, jornal, revista, internet...), Igreja, Escola;
e os Aparelhos Coercitivos: Polícia,
Justiça, Forças Armadas, etc. O Estado
então, não é uma força política neutra, que vai gerir a coisa pública em
nome de todos e em benefício de todos; mas, irá garantir a dominação de classe. Isto é, vai consolidar a
exploração da maioria não proprietária dos meios
de produção, por uma minoria proprietária do Capital e dos Meios de
Produção (máquinas, prédios, terras, matéria prima).
Utilizando da aparência de
instituições neutras, Aparelhos Ideológicos como a polícia, vão trabalhar
incessantemente para proteger os interesses do capital, contra a revolta da
classe explorada, marginalizada e despossuída. Em Tempos Modernos, são inúmeras as vezes que Chaplin evidencia esse
papel ideológico das instituições, como é o caso da polícia reprimindo greves,
manifestações de desempregados, ou até prendendo uma menina faminta por ter
furtado um pedaço de pão. Em nenhum momento o patrão desalmado que tanto
explora e do dia para a noite coloca na rua da amargura milhares de
trabalhadores, é molestado pela polícia. Esta vai reprimir uma menina que se
recusa a morrer de fome ou ser enterrada viva em um orfanato.
Um dos pontos cruciais da obra-prima
de Chaplin diz respeito à questão do consumo e a expectativa que a sociedade
industrial traz para as pessoas quanto à posse do maior número possível de
gêneros. Carlitos e sua namorada, quando entram em uma Loja de Departamentos
pela primeira vez em suas vidas, primeiramente vão até a confeitaria saciar a
fome e a sede, para logo em seguida se dirigirem ao quarto andar, onde estão os
brinquedos. Da infância feliz que não tiveram, passam para as roupas e móveis,
que como adultos também jamais terão condições de possuir. Ao casal pobre resta
o consolo de sonhar. Para um sistema que se diz de Pleno Consumo, eis aí uma crítica forte e consistente.
Chaplin reforça a frustração do não
consumo em uma sociedade baseada no consumo, quando o seu personagem propõe à
namorada pensar como eles seriam felizes morando em uma casa de classe média.
Idealiza um casal feliz, com fartura à mesa. Tudo ilusão, é claro! Pois, para a
classe a que pertencem, sobra no máximo um barraco velho e abandonado na
periferia da cidade.
Ponto importante para reflexão são as
respostas diferentes que os vários personagens deram diante das dificuldades
que enfrentaram durante o período de recessão que os EUA vivenciaram na década
de vinte, a GRANDE DEPRESSÃO. Enquanto a menina promovia pequenos furtos, seu
pai procurava emprego honestamente, ao mesmo tempo que participava dos
movimentos operários que tinham como objetivo pressionar o Estado a resolver a
crise econômica. Já Carlitos, por ser mão-de-obra não especializada, diante da
realidade crua do desemprego, optou por se esforçar ao máximo para ficar na
cadeia, onde pelos menos tinha garantida moradia e alimentação. Seu amigo Big
Bill, que trabalhou com ele na linha de montagem apertando parafusos, ao ser
despedido, acabou optando pela marginalidade mais radical, se juntando a outros
desempregados armados para assaltar a Loja de Departamentos.
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