A Europa antes da
guerra – disputa entre Inglaterra e Alemanha
Graças à sua indústria, a Inglaterra dominava a maioria dos
mercados consumidores mundiais. Mas, a indústria alemã, logo após a unificação
(1870), desenvolveu-se e o país passou a procurar mercados consumidores e
fontes de matérias-primas.
A Alemanha projetou a construção de uma estrada de ferro
ligando a cidade de Berlim a Bagdá para ter acesso ao petróleo do Golfo Pérsico
e aos mercados orientais. A Inglaterra foi contra porque criaria dificuldades
para o comércio com suas colônias.
Para deter o avanço da Alemanha, os ingleses procuraram
alianças.
O sistema de alianças
Em 1904, a França aliou-se à Inglaterra por ter perdido a
Alsácia-Lorena (parte importante do seu território, rica em ferro e carvão)
para a Prússia (Guerra Franco-Prussiana, 1870-71) que, depois passou a ser
Alemanha. O ódio francês voltou-se contra a Alemanha que ainda detinha essa
parte do seu território. França e Alemanha também disputavam o domínio do
Marrocos, no norte da África.
A crise dos Bálcãs
Em 1908, dois estados eslavos, a Bósnia e a Herzegovina,
foram anexados ao Império Austro-húngaro, contrariando o ideal nacionalista
(pan-eslavismo) da união e autodeterminação dos povos eslavos.
A paz armada
Os governos capitalistas clamavam pela paz, mas estimulavam
a fabricação de armamentos e recrutavam civis para o exército. O militarismo
cresceu e era cada vez mais difícil manter o equilíbrio entre as nações imperialistas.
Os focos de tensão e a disputa pela supremacia levaram os países europeus à
corrida armamentista.
A formação da
Tríplice Entente e da Trípice Aliança
Para defender seus interesses, as nações européias buscaram
alianças. Surgiram dois blocos: a Tríplice Entente (França, Inglaterra e
Rússia) e a Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Áustria-Hungria).
O pivô da guerra
No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-húngaro, em visita
a Sarajevo, capital da Bósnia, foi assassinado por um estudante sérvio membro
de uma organização terrorista chamada “Mão Negra”. Imediatamente a Áustria-Hungria
acusou a Sérvia pelo assassinato do herdeiro e ameaçou invadi-la. Foi o estopim
para a deflagração da Primeira Guerra Mundial.
O inicio da guerra
Um mês após o assassinato do herdeiro do Império
austro-húngaro em Sarajevo (28/7) a Áustria declarou guerra à Servia.
Contou com o apoio da Rússia, que mobilizou seus exércitos
contra a Áustria e a Alemanha.
A crise dos Bálcãs acabou envolvendo também outras nações
européias, numa autentica reação em cadeia:
Alemanha – declara guerra à Rússia e à França;
Inglaterra – declara guerra à Alemanha, no momento em que o
exército alemão invadiu a Bélgica para, em seguida, atacar a França;
Itália – entrou na guerra ao lado da entente porque a
Inglaterra lhe prometeu os territórios irredentos, que não conseguira
conquistar da Áustria no processo de unificação;
Japão – aderiu aos
Aliados porque estava interessado nas possessões alemãs no Oriente.
Nessa primeira fase da guerra, a Inglaterra decretou um
bloqueio naval contra a Alemanha e seus aliados. Enquanto isso, a França
conseguia deter o avanço alemão sobre Paris.
Com o avanço da guerra, a indústria armamentista cresceu.
Surgiram armas como a metralhadora, o lança-chamas e os projeteis explosivos.
Além disso, novos recursos foram utilizados, como a avião e o submarino.
Momentos decisivos da
guerra
A partir de 1917 ocorreram alterações significativas :
Saída da Rússia do conflito mundial devido a uma revolução
socialista no país;
Entrada dos EUA no conflito, ao lado da Entente, porque
temiam a perda de seus investimentos na Europa. O pretexto foi o afundamento de
navios norte-americanos por alemães.
O Brasil declara
guerra à Alemanha após o ataque de submarinos alemães a navios brasileiros.
Entretanto, a participação brasileira na guerra foi muito pequena, limitando-se
ao envio de uma missão médica e ao policiamento do Atlântico pela Marinha.
Com a saída da Rússia, alemães e austríacos lançam toda a
sua ofensiva contra a França. Com ajuda militar de ingleses e norte-americanos,
a França faz com que as tropas alemãs recuem. França e Bélgica são desocupadas.
Era o inicio do fim.
Na Alemanha, a crise econômica e o avanço das idéias
socialistas provocam inúmeras manifestações contra o governo. Em 1918,
Guilherme II, bastante enfraquecido, abdicou e a republica foi proclamada
(9/11/1918). O novo governo assina o Armistício de Compiègne (11/11/1918).
Os alemães foram obrigados a:
Desocupar o território ocidental europeu;
Entregar o material de guerra pesado;
Libertar prisioneiros;
Pagar indenizações de guerra.
A volta da paz
Na Conferência de Paris (janeiro de 1919), alguns chefes de
Estado reuniram-se para impor pesadas penas aos derrotados. A conferencia foi
liderada por Lloyd George, representante inglês, Clemenceau, francês, e Woodrow
Wilson, presidente dos EUA.
Vários tratados foram assinados. O mais importante foi o Tratado de Versalhes, que, entre outras
coisas, obrigava a Alemanha a restituir a região da Alsácia-Lorena à França.
Reação do povo alemão
O povo alemão considerou injustas, vingativas e humilhantes
as condições impostas pelo Tratado de Versalhes. O país perdia 2/10 da
população ativa, 1/6 das terras cultiváveis, 2/5 do carvão, 2/3 do ferro e 7/10
do zinco, gerando sérios problemas econômicos.
A Conferência de
Paris e os 14 Pontos do Presidente Woodrow Wilson (EUA)
O presidente Wilson apresentou à opinião pública
internacional os 14 Pontos, propondo uma paz na qual não houvesse vencidos nem
vencedores. Também idealizou a Sociedade das Nações ou Liga das Nações, com
sede em Genebra, na Suíça, com a finalidade de manter a paz mundial. Mais
tarde, os EUA saíram da Liga das Nações, pois o Senado norte-americano não quis
ratificar o Tratado de Versalhes.
Efeitos da Primeira
Grande Guerra
Foram muitos e significativos:
A Europa perdeu 10 milhões de homens e ficou com 40 milhões
de inválidos;
Os campos destruídos afetaram a produção agrícola, os portos
e as estradas foram arrasados, o que prejudicou o comércio, e as cidades foram
arruinadas;
A ascensão dos EUA
como grande potência do mundo ocidental, devido aos enormes lucros obtidos com
a guerra;
O declínio econômico do Império Britânico;
O aumento da participação das mulheres no mercado de
trabalho durante o período da guerra ocasionou movimento o em prol do voto
feminino logo após o térmico do conflito;
O desemprego acentuou-se nos países europeus;
O avanço das idéias socialistas, consagradas pela Revolução
Russa de 1917;
O avanço e fortalecimento dos nacionalismos, que se tornaram
radicais na Itália, na Alemanha, na Espanha e em Portugal. No Brasil, teremos
Getúlio Vargas como representante desse nacionalismo.
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